domingo, 26 de outubro de 2014

Pequeno sentimento encardido



Está frio.
Disperso sentimento de imobilidade,
Perpetuado pela falha total de tudo quanto me carrega.
Limbo desnecessário e exasperante,
Destinado sem qualquer mágoa a essa queda anunciada,
Existência apagada e um sopro que conforte a alma.
Gritante tristeza errónea,
Aos céus dirigida em jeito de clamor ou de desabafo,
Fugaz falta de ar que assola o cérebro,
E um aperto no sentido da saudade,
Daquela altura em que o riso ecoava e não incomodava
E que tudo fazia sentido, nunca desfazendo o mistério da vida.
E tudo são iscos e teias e amarras,
Fado malvado e zombante.
Que do Mundo nada levas,
A não ser aquilo que nunca trouxeste contigo.

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