Trémulo fio de luz
Que balança delicadamente
Na respiração cansada e melancólica
De uma adormecida massa de etéreo.
Um barro que escorre, que se escapa
E se desconstrói aos olhos do Arquitecto
Que é todo no seu abundante nada.
Ao longe, pinceladas pulsáteis e rápidas,
Carregadas de sangue e saliva,
Nesse hálito de criador de mundos, fundos,
Poços de eterna salvação ao abrigo de um fechar de olhos.
Longos vão os tempos em que o tempo era tempo
Em que ser era verbo inicial e final
De uma existência pautada pelo descompasso.
Não se ilude esse gigante na sua demanda quixotiana,
Sem Sanchos nem ventos contra os quais tenha de remar.
Sabe, acredita no âmago da sua profanidade,
Que ser é um ser que nunca será.
É gigante, mas a noite abate-se sem misericórdia.
sábado, 19 de dezembro de 2015
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