Junto ao ribeiro,
´Por entre linhas de árvores desalinhadas,
Me sentei, olhando,
Contemplando a água imortal.
Por entre devaneios
E sonhos infinitamente frustrados,
Vi as folhas,
Vi a luz.
Nos raios que me alouravam a fronte,
Que me lavavam a alma,
Senti uma ponta de pudor,
Uma ponta de censura.
Sorri...
As algas baloiçavam,
Submissas à corrente,
Esverdeadas na sua lentidão.
A terra estava húmida
E o seu odor,
Majestosamente inebriante,
Entorpeceu-me a razão.
Ah, pudera eu
Ficar eternamente entorpecido,
A salvo do que sou,
Refugiado no que não sou.
Para sempre sem escolhas,
À deriva no inconsciente,
Quero ficar,
Quero viver.
A pedra está fria.
A água varre os meus passos.
Sou efémero,
Inútil em todo o movimento.
A luz é morna...
Embala-me o espírito.
E aqui estou, à beira deste ribeiro.
Amando o finito.
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