quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Foi naquele dia

Foi naquele dia,
Naquela estação,
Que, com amarguras empacotadas,
Virei costas ao infinito.

Olhei para trás,
Tentei apanhar uma réstia de saudade,
De nostalgia culpada...
Mas já não existe...

Em leves tons de sépia,
A minha fronte endureceu.
O casaco voou,
Embalado numa morna brisa.

Os carris fundiam-se
Numa ilusão romântica.
Os clamores e as lágrimas das despedidas
Eram-me indiferentes.

As lágrimas escorrem agora,
Da minha face fustigada pela incerteza.
Estou numa encruzilhada,
Com decisões igualmente dolorosas.

Aperto a pega da mala com força.
Estou agora só, sem calor...
Dou passos mentais,
Que me esgotam.

O cansaço prevalece
Neste corpo imundo...
O comboio apita,
São horas de partir...

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