A vida está cheia de pequenas piadas sem piada que nos fazem rir nos momentos mais inoportunos, que nos levam um sorriso à boca sem sabermos muito bem porquê. É difícil escolher, no meio de tantas frases sem riso, mas a piada com menos piada que já ouvi… a Vida. Quem a contou? Nós… Cada um à sua maneira.
No final, é tudo uma brincadeira. Somos todos comediantes à espera da frase-chave que encerre a nossa actuação… Mas o tempo que passamos no palco não se resume a esperar pela batida final… Pelo menos não para mim. Há que dar espectáculo, fazer soltar umas gargalhadas, levar lágrimas aos olhos, só com a nossa presença perante o grande auditório que é o Universo. E passamos a vida, fazendo piadas sem piada para esconder a falta de humor que nos consome a essência.
A grande piada é isto não ter a mínima piada! É que nem deveria levar um sorriso aos lábios! Contudo, assobiamos e rimos, porque isso ainda não se paga… O que fazer então, perante esta piada que nos envelhece a cada gargalhada que soltamos? Disfrutar a viagem! E, se possível, fazermos as nossas alterações ao percurso. Como numa história que passa de boca em boca, que cada um embeleza à sua maneira. Mas são os floreados que definem a diferença entre os comediantes. Estamos condenados à mesma “punch-line” final. O que nos torna interessante é como chegamos lá! Não interessa se usamos ou não adereços, se somos cinicamente engraçados, ou abraçamos a nossa infantilidade. Não interessa, chegada a gargalhada final, o que conta, é o espectáculo que demos, os dentes que vimos e as lágrimas que os espectadores limparam.
As cortinas caem e nós saímos do palco, mas sabemos que o sorriso final é nosso…
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