Ouço o rabiscar inquieto
De um lápis mal afiado.
Por linhas grossas e imperfeitas,
Lá vai o carvão abrindo caminho.
Ouço também o leve som do atrito
Da borracha contra o fino papel.
Ficam apenas restos,
Que o sopro atira para o chão.
E eu olho o papel.
Não quero escrever ecos,
Não quero que o carvão do meu lápis
Decalque um caminho já feito.
Não me chega o carvão,
Não basta a efemeridade da grafite.
Quero o peso e a permanência
De escrever a tinta.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário